Inclusão
social é um termo amplo, utilizado em contextos diferentes, em referência a questões
sociais variadas. De modo geral, o termo é utilizado para referir-se à inserção
de pessoas com algum tipo de deficiência às escolas de ensino regular e ao mercado
de trabalho, ou ainda para reportar-se a pessoas consideradas excluídas, que
não têm as mesmas oportunidades dentro da sociedade, por motivos como:
• Condições
sócioeconômicas
• Gênero
• Raça
• Falta de
acesso a tecnologias
(exclusão
digital)
A inserção
dessas pessoas que se encontram a margem da sociedade ou o acesso as tecnologias
aos excluídos digitais ocorre, geralmente, por meio de projetos de inclusão social,
o que reforça a utilização desse termo. Alguns autores defendem, porém, que não
existe o “fora” ou “dentro” da sociedade, já que todas as pessoas são produtos dela.
O processo
de inclusão social de pessoas com necessidades especiais tornou-se efetivo a
partir da Declaração de Salamanca, em 1994,
respaldada pela Convenção dos Direitos da Criança (1988)
e da Declaração sobre Educação para Todos (1990).
Os
projetos de inclusão social de maior repercussão são os seguintes:
• O
processo de inclusão das pessoas com necessidades educacionais especiais nas escolas
de ensino regular;
• A inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, nas empresas com mais de cem funcionários, proporcionalmente.
• A inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, nas empresas com mais de cem funcionários, proporcionalmente.
• O
sistema de cotas para negros, índios e estudantes egressos da escola pública
nas universidades;
A inclusão
social, em suas diferentes faces, é efetivada por meio de políticas públicas,
que além de oficializar, devem viabilizar a inserção dos indivíduos aos meios
sociais. Para isso, é necessário que sejam estabelecidos padrões de
acessibilidade nos diferentes espaços (escolas, empresas, serviços públicos), assim
como é necessário o investimento em formação inicial e continuada dos
profissionais envolvidos no processo de inclusão, principalmente dos
professores.
Pensar em
inclusão social nos remete, necessariamente, ao seu reverso: a exclusão social.
Os dados da realidade brasileira e mundial são tão marcantes quanto a exclusão,
que, ao pensar em um projeto sobre ética e cidadania, somos levados a
estabelecer a inclusão como um desejo, uma realidade que só será alcançada com
grandes transformações sociais e políticas.
A situação
de exclusão social que encontramos no Brasil, embora não expressa em números
neste texto, também é muito grave. Buscar estratégias que se traduzam em melhores
condições de vida para a população, na igualdade de oportunidades para todos os
seres humanos e na construção de valores éticos socialmente desejáveis por parte
dos membros das comunidades escolares é uma maneira de enfrentar essa situação
e um bom caminho para a democracia e a cidadania.
O desafio
da inclusão é uma possibilidade de se repensar o ensino, a aprendizagem, além
de reestruturação de política e estratégias educacionais.
A inclusão
educacional pressupõe a realização de currículos abertos e flexíveis, que sejam
comprometidos com o atendimento às necessidades educacionais de todos os alunos
assegurados através da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
Propiciando
aos alunos possibilidades e direitos, a inclusão é um processo em construção,
em que professores da classe comum, especialistas e profissionais da saúde, toda
comunidade escolar devem trabalhar junto, para que a verdadeira inclusão se
efetive.
Devemos
enfrentar com urgência o desafio da inclusão escolar, precisamos colocar em
prática os meios pelos quais ela se efetiva, promover uma reforma estrutural e organizacional
de nossas escolas. Precisamos responder às novas propostas e mostrar nossa capacidade
de mobilização.
A
experiência inclusiva nos tem mostrado a efetivação da qualidade do ensino, do
trabalho em conjunto, do compromisso de todos os envolvidos nesse processo inclusivo,
apesar de que o maior desafio ainda seja a busca pela qualificação de todos os
professores em razão das condições variáveis e difíceis em que muitas vezes trabalhamos.
Por que as
atitudes dos indivíduos em relação ao próximo nem sempre condizem com valores
como o respeito, a solidariedade e a cooperação? Em diferentes lugares do mundo,
situações que retratam a violação desses deveres, como as atitudes que revelam
os valores acima mencionados, geram indignação e inquietações. As virtudes, consideradas
fundamentais para a qualidade da vida em sociedade, são também princípios da
Inclusão, em seus diferentes aspectos: inclusão das diferenças de uma forma
geral, em suas diversas manifestações.
Lembramos
o quanto as sociedades se modificam e se transformam ao longo do tempo, o que
pode ser facilmente constatado por meio de um breve resgate na história. Com
efeito, essas mudanças podem ser superficiais ou profundas, lentas ou rápidas, instantâneas
ou gradativas. Podemos ainda dizer que a sociedade atual se caracteriza pelo
avanço técnico-científico e informacional que lhe confere peculiaridades nunca antes
imaginadas. Em contrapartida, emerge a sociedade do ter em detrimento do ser,
da rapidez desenfreada, da competição acirrada, e, porque não dizer, marcada
por profundas crises.
Esses
aspectos caracterizam as sociedades do mundo contemporâneo, que, vivenciam uma
radical transformação ocorrida nos modos de vida e nas relações humanas.
O trabalho
na escola inclusiva deve prever a mudança de comportamento, hábitos e valores,
pressupondo que o docente compreenda como ocorre o desenvolvimento intelectual
e moral da criança, a construção de conhecimentos e posteriormente a adaptação
de atitudes (PIAGET, 1932).
A implementação
efetiva da inclusão na escola e na sociedade está atrelada à forma que essa
escola e essa sociedade vêem o ser humano. Inclusão significa exercício de
direitos e deveres, qualidade de vida e das relações, a construção de uma
sociedade igualitária, justa e acolhedora para todos!
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